Copom Mantém Selic em 15% ao Ano em Meio à Incerteza Econômica e Inflação Controlada
11/12/2025 Brasil
Banco Central decide preservar juros no maior patamar desde 2006, reforçando postura cautelosa enquanto observa cenário de desaceleração da atividade e estabilidade gradual dos preços.

O recuo da inflação e sinais de desaceleração econômica levaram o Banco Central (BC) a manter, mais uma vez, a Taxa Selic em 15% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), era amplamente esperada pelo mercado financeiro e reforça a estratégia da autoridade monetária de preservar o atual patamar por um período prolongado.

Em comunicado oficial, o Copom evitou indicar quando poderá iniciar um ciclo de redução dos juros, destacando que o ambiente econômico continua marcado por elevada incerteza. Segundo o texto, a manutenção da Selic por um tempo mais longo é vista como essencial para garantir a convergência da inflação à meta.

“O comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. O comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, registrou o comunicado.

Esta é a quarta reunião consecutiva em que os juros básicos permanecem estáveis. A Selic está no maior nível desde julho de 2006, quando alcançou 15,25% ao ano. Após atingir 10,5% ao ano em maio do ano passado, o ciclo de altas foi retomado em setembro de 2024, chegando ao patamar atual em junho de 2025.

Inflação Avança de Forma Controlada

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, o IPCA registrou alta de 0,18%, o menor resultado para o mês desde 2018. Com isso, a inflação acumula 4,46% em 12 meses, retornando ao limite superior da meta contínua.

Pelo novo regime de metas, em vigor desde janeiro, o BC deve perseguir inflação de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, o teto permitido é de 4,5%, nível para o qual o índice voltou a convergir.

O modelo contínuo permite que a meta seja acompanhada mês a mês, considerando sempre o acumulado em 12 meses, o que altera a interpretação tradicional que se concentrava no fechamento de dezembro.

No último Relatório de Política Monetária, divulgado em setembro, o Banco Central ajustou para 4,8% a previsão do IPCA para 2025. A nova estimativa será divulgada no fim de dezembro e poderá refletir mudanças recentes do câmbio e da dinâmica dos preços.

Já o mercado financeiro mostra maior otimismo: o boletim Focus indica inflação estimada em 4,4% para o ano, levemente acima do teto, mas em trajetória de desaceleração.

Crédito Fica Mais Caro e Atividade Perde Fôlego

O patamar elevado da Selic ajuda a conter a inflação ao encarecer o crédito e reduzir o consumo. No entanto, também impõe dificuldades ao crescimento econômico. No Relatório de Política Monetária, o BC reduziu de 2,1% para 2% a expectativa de crescimento do PIB em 2025.

Os analistas do mercado projetam desempenho um pouco melhor: segundo o Focus, o crescimento previsto é de 2,25%.

A taxa básica de juros serve de referência para todas as demais taxas do sistema financeiro, impactando diretamente operações de crédito, investimentos e financiamentos. Juros mais altos reduzem o ímpeto da demanda, enquanto cortes na Selic só ocorrem quando há segurança de que a inflação continuará sob controle, sem risco de novas pressões.

Com a manutenção dos juros no patamar atual, o Banco Central sinaliza que seguirá priorizando o controle inflacionário, mesmo diante de um crescimento econômico moderado e de uma conjuntura global ainda incerta.

Redação Guia São Miguel com informações da Agência Brasil.
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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