A política brasileira parece ter se tornado um campo de batalha. De um lado, a direita defende valores conservadores e a liberdade econômica; do outro, a esquerda luta por igualdade social e políticas públicas mais amplas. Mas, no meio desse fogo cruzado, existe um grupo cada vez mais expressivo: o dos que não se identificam com nenhum dos dois lados.

Essas pessoas não querem saber de debates inflamados em grupos de família, nem de discursos que transformam adversários em inimigos. Elas estão cansadas de ver o país dividido por cores, slogans e hashtags. O que desejam é algo simples, mas essencial: bom senso, diálogo e resultados reais.

Enquanto os polos se atacam, esse “terceiro grupo” observa com ceticismo promessas que se repetem a cada eleição. Muitos sentem que a política deixou de representar o povo e passou a girar em torno de paixões partidárias e interesses pessoais. É como se o Brasil estivesse preso em uma gangorra que nunca se equilibra — ora pendendo para a direita, ora para a esquerda, mas raramente encontrando o centro.

A verdade é que, sem diálogo, nenhuma ideologia se sustenta por muito tempo. O país precisa de pontes, não de muros. E talvez essa nova geração de eleitores independentes seja justamente o empurrão necessário para que a política volte a servir ao seu verdadeiro propósito: o bem coletivo.

No fim das contas, talvez o Brasil precise menos de “direita” ou “esquerda”, e mais de empatia, coerência e vontade de resolver o que realmente importa — saúde, educação, segurança e oportunidades para todos.

Cláudio Albano/Guia São Miguel

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