Alô, anos 80: quando o orelhão era smartphone e a fita cassete, o Spotify
20/08/2025 Coluna Cláudio Albano
Uma viagem nostálgica ao tempo em que rebobinar era exercício físico, esperar a ligação era aventura e gravar música do rádio exigia reflexos de ninja.

Ah, os gloriosos anos 80! Quem viveu sabe: era uma época em que o mundo parecia mais devagar, mas ao mesmo tempo muito mais intenso. Nada de notificações pipocando na tela, likes, stories ou reels. A tecnologia da juventude estava em coisas bem mais simples — e talvez mais divertidas.

O “smartphone” da época era o orelhão. Quem quisesse falar com alguém precisava sair de casa, enfrentar fila, enfiar uma ficha no telefone público e rezar para a ligação completar. Quando atendiam, era emoção pura; quando dava ocupado, frustração total. Hoje, reclamamos do Wi-Fi caindo, mas lá atrás a aventura era conseguir falar com a tia que morava em outra cidade.

Já a música, ah, essa era uma experiência quase esportiva. Nada de Spotify, playlists prontas ou botão de “pular faixa”. O jovem dos anos 80 armava-se de paciência e uma fita cassete virgem.

O desafio? Capturar a música no exato momento em que o radialista calava a boca. Era preciso reflexo de ninja para apertar o “REC” sem pegar a propaganda do supermercado no meio. E quando a fita acabava bem na hora do refrão? Era dor no coração garantida.

E como esquecer da ginástica olímpica de rebobinar fita com caneta Bic? Era praticamente um ritual sagrado — e econômico, porque ninguém gastava as pilhas do walkman à toa. Aliás, o walkman era um tesouro! Andar com ele pendurado na cintura era o equivalente a desfilar com o último modelo de celular hoje em dia.

Nos anos 80, o Google se chamava biblioteca. Se alguém precisava de informação, lá ia consultar enciclopédias enormes e pesadas, que pareciam ter resposta para tudo — menos para a prova de matemática de segunda-feira. O mais engraçado é que, mesmo sem internet, todo mundo sabia se virar.

As redes sociais, por sua vez, aconteciam na rua. A galera se encontrava na calçada, jogava bola, andava de bicicleta e ficava de papo até o sol se pôr. O grupo de WhatsApp era a esquina da vizinhança, e a notificação que realmente funcionava vinha da mãe, gritando na janela: “Sobe que já tá escuro!”

E o amor? Ah, o amor era declarado em bilhetes dobrados em formato de coração, em músicas pedidas no rádio ou em olhares trocados no baile da escola. Nada de emojis ou direct: era coragem mesmo.

Relembrar os anos 80 é voltar a um tempo em que a vida tinha menos pressa. Talvez faltasse tecnologia, mas sobrava criatividade, amizade e boas histórias. Afinal, a juventude daquela época aprendeu a viver intensamente sem precisar estar online 24 horas por dia.

E no fundo, quem passou por isso sabe: não tinha internet, não tinha celular, mas tinha algo que não cabe em nenhuma nuvem digital — tinha magia.

E você... do quê lembra?

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Claudio Albano / Guia São Miguel 

 
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