No Brasil, a maioria dos veículos de comunicação evita noticiar casos de suicídio. Essa prática não é fruto de censura, mas de um compromisso ético e editorial para proteger vidas, preservar a privacidade das famílias e reduzir riscos à saúde pública.
Manuais de redação de grandes empresas jornalísticas brasileiras proíbem dar visibilidade a suicídios, a menos que haja relevância pública, como no caso de figuras conhecidas ou situações com impacto coletivo. Além disso, existe um acordo extraoficial entre redações, vigente há décadas, que recomenda a exclusão de atos suicidas dos noticiários.
O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros não aborda diretamente o suicídio, mas no artigo 11 estabelece que o jornalista não deve divulgar informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrárias aos valores humanos.
O tema já foi considerado um tabu na imprensa. Atualmente, campanhas como o Setembro Amarelo, voltadas à prevenção e conscientização, recebem ampla cobertura. Essa mudança de abordagem busca informar sem estimular condutas nocivas.
Pesquisas mostram que dar visibilidade a casos de suicídio pode provocar o chamado efeito “copycat” — quando a divulgação leva outras pessoas a imitar a prática. Por isso, a imprensa opta por abordar o tema de forma educativa, oferecendo informações sobre prevenção e apoio, em vez de relatar detalhes de casos específicos.
Ao evitar a publicação de suicídios, o jornalismo cumpre seu papel de informar de forma responsável, contribuindo para a preservação da vida e para o debate saudável sobre saúde mental.
Redação Guia São Miguel.