No Brasil, alcançar o sucesso pode parecer um crime. Em vez de incentivo e reconhecimento, quem se destaca no mundo dos negócios, quem gera empregos ou tenta empreender é recebido com uma avalanche de impostos, taxas e exigências burocráticas. É como se o Estado, ao invés de apoiar quem trabalha e produz, colocasse barreiras para desencorajar o progresso.
A carga tributária sobre empresas é esmagadora. São tributos sobre o lucro, sobre a folha de pagamento, sobre o consumo, sobre a propriedade — e ainda taxas e obrigações acessórias que consomem tempo e recursos.
O ambiente de negócios brasileiro se tornou hostil ao crescimento. Muitos empreendedores preferem permanecer pequenos, escondidos na informalidade ou limitando seu faturamento, apenas para escapar das armadilhas fiscais e legais que aguardam quem tenta crescer.
Enquanto isso, o outro lado da balança parece operar em sentido oposto. Políticas de transferência de renda são expandidas sem critério de transição, criando uma dependência crônica e desestimulando o esforço próprio.
Em vez de funcionar como uma ponte para a autonomia, o auxílio estatal se torna um modo de vida permanente para milhões de brasileiros. A lógica atual recompensa a estagnação e desincentiva a busca por qualificação, emprego ou empreendedorismo.
É claro que programas sociais são necessários em uma sociedade desigual como a brasileira. Mas eles devem ter prazo, metas e foco na emancipação do cidadão. O que se vê hoje, muitas vezes, é um assistencialismo usado como ferramenta de controle político, perpetuando a vulnerabilidade em vez de combatê-la.
Esse modelo distorcido gera consequências sérias. O país trava seu próprio desenvolvimento ao punir quem quer crescer e ao recompensar quem permanece inerte. A iniciativa privada, que deveria ser o motor do progresso, é sufocada. E o Estado, que deveria promover oportunidades, se torna um empecilho.
O Brasil precisa urgentemente revisar sua lógica de incentivos. Precisa de uma reforma tributária que simplifique e reduza o peso sobre quem produz. Precisa de políticas sociais que promovam autonomia, não dependência.
Precisa reconhecer que é o mérito, o esforço e a liberdade de empreender que constroem uma nação forte — não a acomodação sustentada por transferências contínuas.
Enquanto o país continuar punindo o sucesso e recompensando o fracasso, permaneceremos presos a um ciclo de estagnação e mediocridade. É hora de mudar essa mentalidade. O Brasil precisa — e merece — mais do que isso.
Cláudio Albano/Guia São Miguel