No Coração do Tempo: A História e o Sentido do Dia das Mães
11/05/2025 Coluna Cláudio Albano
Mais do que flores e presentes, o Dia das Mães carrega uma herança afetiva e histórica que transcende gerações e convida à gratidão.

O segundo domingo de maio, emoldurado por perfumes florais, cartões escritos à mão e almoços em família, é há décadas um refúgio sagrado no calendário: o Dia das Mães.

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Mas por trás dessa celebração tão popular, há uma história que pulsa com ideais de paz, reconhecimento e amor — uma história que atravessa oceanos e séculos para nos lembrar do valor inestimável da figura materna.

As Raízes Históricas

A origem do Dia das Mães remonta à Grécia Antiga, onde festas primaveris eram dedicadas à deusa Reia, mãe dos deuses.

Mais tarde, na Inglaterra do século XVII, surgiria o “Mothering Sunday”, dia em que trabalhadores tinham folga para visitar suas mães. No entanto, a semente do que hoje conhecemos como Dia das Mães moderno foi plantada nos Estados Unidos, no início do século XX, por Anna Jarvis.

Filha de Ann Jarvis, ativista que organizava grupos de mães para cuidar de feridos durante a Guerra Civil Americana, Anna quis honrar a memória da mãe após sua morte.

Em 1908, ela promoveu um culto memorial em Grafton, Virgínia Ocidental. A ideia se espalhou como uma brisa suave e reconfortante, e, em 1914, o então presidente Woodrow Wilson oficializou o segundo domingo de maio como o Mother’s Day nacional.

No Brasil, Um Coração Aberto

No Brasil, a celebração chegou em 1932, por iniciativa do então presidente Getúlio Vargas. Em 1947, o arcebispo Dom Jaime de Barros Câmara declarou o Dia das Mães uma data oficial da Igreja Católica no país, vinculando-o ao culto à Virgem Maria — símbolo maior de maternidade na tradição cristã.

A data, apesar de se revestir hoje de forte apelo comercial, nasceu de um gesto puro: o desejo de agradecer. É por isso que, mesmo diante de vitrines lotadas e campanhas publicitárias emocionantes, o Dia das Mães resiste ao tempo como uma ocasião de profundo significado humano.

Mãe: Palavra-Raiz

Ser mãe é ter o coração batendo fora do peito, é amar antes mesmo de conhecer. Mãe é quem acolhe, quem enfrenta o medo com um sorriso para acalmar o filho. É quem ensina com gestos e silêncios, quem intui o que não foi dito. Em tempos de pressa, o colo materno permanece como o último reduto de eternidade.

O Dia das Mães não é apenas uma data. É um símbolo. Um lembrete anual — talvez insuficiente — para dizermos “obrigado” com sinceridade, para olharmos nos olhos daquela que sempre olhou por nós. É uma celebração da origem, do afeto mais ancestral que carregamos: o amor de mãe.

A Importância da Lembrança

Mais do que uma homenagem, celebrar o Dia das Mães é um gesto de justiça emocional. É reconhecer que, por trás de cada conquista, de cada vida iniciada, quase sempre há uma mulher que deu tudo de si para que o caminho fosse possível.

Que essa lembrança não se perca em entrelinhas de calendário, mas floresça em gestos cotidianos.

Neste 11 de maio de 2025, que cada abraço, cada mensagem, cada memória compartilhada com uma mãe — esteja ela perto, distante ou presente apenas no coração — seja uma prece de gratidão. Pois celebrar as mães é, acima de tudo, celebrar a própria vida.

Cláudio Albano/Guia São Miguel.

 
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